quinta-feira, 19 de março de 2009

O "LEDE", DE GONÇALVES DE MAGALHÃES

Segue o prefácio aos "Suspiros Poéticos e Saudades", de Gonçalves de Magalhães, que analisaremos na aula de 20/3/2009




LEDE
Pede o uso que se dê um prólogo ao Livro, como um pórtico ao edifício; e como este
deve indicar por sua construção a que Divindade se consagra o templo, assim deve aquele designar o caráter da obra. Santo uso de que nos aproveitamos, para desvanecer alguns preconceitos, que talvez contra este Livro se elevem em alguns espíritos apoucados.
É um Livro de Poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço, ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do Cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da Pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um peregrino, variadas como as cenas da Natureza, diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do pensamento, e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias d'alma, e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.
Quem ao menos uma vez separou-se de seus pais, chorou sobre a campa de um amigo, e armado com o bastão de peregrino, errou de cidade em cidade, de ruína em ruína, como repudiado pelos seus; quem no silêncio da noite, cansado de fadiga, elevou até Deus uma alma piedosa, e verteu lágrimas amargas pela injustiça, e misérias dos homens; quem meditou sobre a instabilidade das coisas da vida, e sobre a ordem providencial que reina na história da Humanidade, como nossa alma em todas as nossas ações; esse achará um eco de sua alma nestas folhas que lançamos hoje a seus pés, e um suspiro que se harmonize com o seu suspiro.
Para bem se avaliar esta obra, três coisas releva notar: o fim, o gênero, e a forma.
O fim deste Livro, ao menos aquele a que nos propusemos, que ignoramos se o atingimos, é o de elevar a Poesia à sublime fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da rocha se precipita, e ao seu cume remonta, ou como a reflexão da luz ao corpo luminoso; vingar ao mesmo tempo a Poesia das profanações do vulgo, indicando apenas no Brasil uma nova estrada aos futuros engenhos.
A Poesia, este aroma d'alma, deve de contínuo subir ao Senhor; som acorde da inteligência deve santificar as virtudes, e amaldiçoar os vícios. O poeta, empunhando a lira da Razão, cumpre-lhe vibrar as cordas eternas do Santo, do Justo, e do Belo.
Ora, tal não tem sido o fim da maior parte dos nossos poetas; e o mesmo Caldas, o primeiro dos nossos líricos, tão cheio de saber, e que pudera ter sido o reformador da nossa Poesia, nos seus primores d'arte, nem sempre se apoderou desta idéia. Compõe-se uma grande parte de suas obras de traduções; e quando ele é original causa mesmo dó que cantasse o homem selvagem de preferência ao homem civilizado, como se aquele a este superasse, como se a civilização não fosse obra de Deus, a que era o homem chamado pela força da inteligência com que a Providência dos mais seres o distinguira!
Outros apenas curaram de falar aos sentidos; outros em quebrar todas as leis da decência!
Seja qual for o lugar em que se ache o poeta, ou apunhalado pelas dores, ou ao lado de sua bela, embalado pelos prazeres; no cárcere, como no palácio; na paz, como sobre o campo da batalha, se ele é verdadeiro poeta, jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até às idéias arquétipas.
O poeta sem religião, e sem moral, é como o veneno derramado na fonte, onde morrem quantos aí procuram aplacar a sede.
Ora, nossa religião, nossa moral é aquela que nos ensinou o Filho de Deus, aquela que civilizou o mundo moderno, aquela que ilumina a Europa, e a América e só este bálsamo sagrado devem verter os cânticos dos poetas brasileiros.
Uma vez determinado e conhecido o fim, o gênero se apresenta naturalmente. Até aqui, como só se procurava fazer uma obra segundo a Arte, imitar era o meio indicado: fingida era a inspiração, e artificial o entusiasmo. Desprezavam os poetas a consideração se a Mitologia podia, ou não, influir sobre nós. Contanto que dissessem que as Musas do Hélicon os inspiravam, que Febo guiava seu carro puxado pela quadriga, que a Aurora abria as portas do Oriente com seus dedos de rosas, e outras tais e quejandas imagens tão usadas, cuidavam que tudo tinham feito, e que com Homero emparelhavam; como se pudesse parecer belo quem achasse algum velho manto grego, e com ele se cobrisse. Antigos e safados ornamentos, de que todos se servem, a ninguém honram!
Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, e de cada cântico em particular, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade dos versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estâncias produz uma tal monotonia, e dá certa feição de concertado artificio que jamais podem agradar. Ora, não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos.
Quando em outro tempo publicamos um volume das Poesias da nossa infância, não tínhamos ainda assaz refletido sobre estes pontos, e em quase todas estas faltas incorremos; hoje, porém, cuidamos ter seguido melhor caminho. Valha-nos ao menos o bom desejo, se não correspondem as obras ao nosso intento; outros mais mimosos da Natureza farão o que não nos é dado.
Algumas palavras acharão neste Livro que nos Dicionários Portugueses se não encontram; mas as línguas vivas se enriquecem com o progresso da civilização, e das ciências, e uma nova idéia pede um novo termo.
Eis as necessárias explicações para aqueles que lêem de boa fé, e se aprazem de colher uma pérola no meio das ondas; para aqueles, porém, que com olhos de prisma tudo decompõem, e como as serpentes sabem converter em veneno até o néctar das flores, tudo é perdido; o que poderemos nós dizer-lhes?.. . Eis mais uma pedra onde afiem suas presas; mais uma taça onde saciem sua febre de escárnio.
Este Livro é uma tentativa, é um ensaio; se ele merecer o público acolhimento, cobraremos ânimo, e continuaremos a publicar outros que já temos feito, e aqueles que fazer poderemos com o tempo.
É um novo tributo que pagamos à Pátria, enquanto lhe não oferecemos coisa de maior valia; é o resultado de algumas horas de repouso, em que a imaginação se dilata, e a atenção descansa, fatigada pela seriedade da ciência.
Tu vais, oh Livro, ao meio do turbilhão em que se debate nossa Pátria; onde a trombeta da mediocridade abala todos os ossos, e desperta todas as ambições; onde tudo está gelado, exceto o egoísmo: tu vais, como uma folha no meio da floresta batida pelos ventos do inverno, e talvez tenhas de perder-te antes de ser ouvido, como um grito no meio da tempestade.
Vai; nós te enviamos, cheio de amor pela Pátria, de entusiasmo por tudo o que é grande, e de esperanças em Deus, e no futuro.
Adeus!
Paris, julho de 1836.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Links para alguns textos

ALENCAR, José de. “Como e por que sou romancista”. Prefácio a O Guarani: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000311.pdf

________________ “Bênção Paterna”. Prefácio a Sonhos d’Ouro:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sonhosdoro.html

_________________ Iracema:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf

DENIS, Ferdinand. “Considerações gerais sobre o caráter que a poesia deve assumir no Novo Mundo”:
http://www.ufrgs.br/cdrom/denis/denis.pdf

MAGALHÃES, Domingos José Gonçalves de. “Lede”, prefácio a Suspiros Poéticos e Saudades:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000076.pdf

ASSIS, Machado. “José de Alencar: Iracema”:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000158.pdf

MACEDO, Joaquim Manuel de. “Simeão, o crioulo”:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000124.pdf

GUIMARÃES, Bernardo. “Uma história de quilombolas”:
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0230/index.htm

Taunay, Alfredo D'Escragnolle . Inocência:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000002.pdf

ALMEIDA, Manuel Antonio de. Memórias de um sargento de milícias:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000022.pdf

CANDIDO, Antonio. “Dialética da malandragem”:
http://www.4shared.com/file/48467028/53b4a757/candidodialetica.html

quinta-feira, 5 de março de 2009

FRAGMENTO 116

“A poesia romântica é uma poesia universal progressiva. Sua destinação não é apenas reunificar todos os gêneros separados da poesia e pôr a poesia em contato com filosofia e retórica. Quer e também deve ora mesclar, ora fundir poesia e prosa, genialidade e crítica, poesia-de-arte e poesia-de-natureza, tornar viva e sociável a poesia, e poéticas a vida e a sociedade, poetizar o chiste, preencher e saturar as formas da arte com toda espécie de sólida matéria para cultivo, e as animar pelas pulsações do humor. Abrange tudo o que seja poético, desde o sistema supremo da arte, que por sua vez contém em si muitos sistemas, até o suspiro, o beijo que a criança poetizante exala em canção sem artifício. Pode se perder de tal maneira naquilo que expõe, que se poderia crer que caracterizar indivíduos de toda espécie é um e tudo para ela; e no entanto ainda não há uma forma tão feita para exprimir completamente o espírito do autor: foi assim que muitos artistas, que também só queriam escrever um romance, expuseram por acaso a si mesmos. Somente ela pode se tornar, como a epopéia, um espelho de todo o mundo circundante, uma imagem da época. E, no entanto, é também a que mais pode oscilar, livre de todo interesse real e ideal, no meio entre o exposto e aquele que expõe, nas asas da reflexão poética, sempre de novo potenciando e multiplicando essa reflexão, como numa série infinita de espelhos. É capaz da formação mais alta e universal, não apenas de dentro para fora, mas também de fora para dentro, uma vez que organiza todas as partes semelhantemente a tudo aquilo que deve ser um todo em seus produtos, com o que se lhe abre a perspectiva de um classicismo crescendo sem limites. A poesia romântica é, entre as artes, aquilo que o chiste é para a filosofia, e sociedade, relacionamento, amizade e amor são na vida. Os outros gêneros poéticos estão prontos e agora podem ser completamente dissecados. O gênero poético romântico ainda está em devir; sua verdadeira essência é mesmo a de que só pode vir a ser, jamais ser de maneira perfeita e acabada. Não pode ser esgotado por nenhuma teoria, e apenas uma crítica divinatória poderia ousar pretender caracterizar-lhe o ideal. Só ele é infinito, assim como só ele é livre, e reconhece, como sua primeira lei, que o arbítrio do poeta não suporta nenhuma lei sobre si. O gênero poético romântico é o único que é mais do que gênero e é, por assim dizer, a própria poesia: pois, num certo sentido, toda poesia é ou deve ser romântica.

Fragmento [116] do Athenaeum (1798), de Friedrich Schlegel. In: SCHLEGEL, Friedrich. O dialeto dos fragmentos. Tradução, apresentação e notas de Márcio Suzuki. São Paulo, Iluminuras, 1997, pp. 64-65.

quarta-feira, 4 de março de 2009

PROGRAMA DO CURSO

PROGRAMA LITERATURA BRASILEIRA III – O Romantismo no Brasil
Prof. Hélio de Seixas Guimarães, DLCV/FFLCH/USP, 1 semestre de 2009

Descrição e objetivos
O curso apresenta uma visão geral do romantismo no Brasil, com ênfase na prosa de ficção e no estudo das condições ideológicas e materiais para implementação de um projeto literário no Brasil no século 19. Para isso, está dividido em duas partes:
A primeira parte trata de questões gerais do romantismo no Brasil e de sua filiação a temas e formas importadas das matrizes européias. A leitura e análise de prefácios, manifestos e fragmentos de textos produzidos por escritores e figuras-chave do movimento fora e dentro do Brasil darão instrumentos para se compreender os principais aspectos da estética romântica, identificar especificidades locais, analisar e interpretar textos ficcionais do período.
A segunda parte do curso trata das principais manifestações do romantismo no Brasil – nacionalismo e indianismo, regionalismo, poesia social e escravidão – a partir da análise de textos ficcionais e poemas dos principais prosadores (Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Taunay) e poetas (Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves).
Para a leitura desses textos, o curso propõe duas diretrizes interpretativas: a primeira, centrada na questão do nacionalismo literário, trata da representação problemática do índio e do negro por uma produção literária que procura definir as bases e os mitos da nacionalidade. A outra linha de interpretação, centrada na questão dos gêneros literários, sobretudo do romance, analisa o impacto das condições de produção, circulação e recepção do texto literário no Brasil oitocentista sobre a fatura dos textos de ficção produzidos no romantismo.

Metodologia
Aulas expositivas; discussões de textos lidos fora do horário de aula; leitura e análise de textos em sala.

Critérios de avaliação
Uma prova, contemplando matéria lecionada na primeira parte do curso, e um trabalho de aproveitamento sobre obra ou autor estudado na segunda parte. A prova será no dia 17/4 (sexta-feira). O trabalho deverá ser entregue em 26/6 (sexta-feira). A prova representará 40% da nota final; o trabalho, 60%. Alterações de datas podem ser feitas em função do andamento do curso.

BIBLIOGRAFIA GERAL
ALENCAR, José de. “Como e por que sou romancista”. Prefácio a O Guarani. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953, pp. 49-74.
_______ “Bênção Paterna”. Prefácio a Sonhos d’Ouro. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953, pp. 29-37.
AMORA, Antônio Soares. A literatatura brasileira, vol. II, O Romantismo. São Paulo: Cultrix, 1977.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3a. ed. São Paulo: Cultrix, 1982.
_______ “Um mito sacrificial: o indianismo de Alencar” e “A escravidão entre dois liberalismos”. In: ______ Dialética da
colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
BROCA, Brito. Românticos, pré-românticos e ultra-românticos. São Paulo, Polis/INL/MEC, 1979.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira (Momentos decisivos). 3a ed. 2o. volume (1836-1880). São Paulo:
Martins, 1969.
_______ O romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2002.
CASTELLO, José Aderaldo. Textos que interessam à história do Romantismo. Vols. I e II. São Paulo: Conselho Estadual de
Cultura/Comissão de Literatura, 1961 e 1963.
CESAR, Guilhermino (sel. e apres.). Historiadores e críticos do romantismo – 1: a contribuição européia, crítica e história
literária. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.
COUTINHO, Afrânio (dir.) A literatura no Brasil, vol. 3, Era romântica. 6a. ed. São Paulo: Global, 2002.
GUINSBURG, J. (org.). O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 1978.
HOLLANDA, Aurélio Buarque de (coord.) O romance brasileiro (De 1752 a 1930). Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1955.
LOBO, Luiza (org.) Teorias poéticas do romantismo. Rio de Janeiro: UFRJ; Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.
LOPES, Hélio. Letras de Minas e outros ensaios. São Paulo, Edusp, 1997.
RONCARI, Luiz. Literatura brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Edusp, 1995.
SCHWARZ, Roberto. “A importação do romance e suas contradições em Alencar”. In: _____ Ao vencedor as batatas – forma
literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. 4a. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1992.
SUSSEKIND, Flora. Papéis colados. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002.
TREECE, David. Exilados, aliados, rebeldes. O movimento indianista, a política indigenista e o Estado-nação imperial. São
Paulo: Nankin/Edusp, 2008.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES NO BLOG DO CURSO: http://lb32009.blogspot.com


Roteiro de leituras

1. Introdução ao romantismo
ROSENFELD, A.; GUINSBURG, J. “Romantismo e Classicismo”. In: GUINSBURG, J. O romantismo, op. cit., pp. 261-274.
HUGO, Victor. Do grotesco e do sublime. Trad., prefácio e notas de Célia Berretini. São Paulo: Perspectiva, 1988. (Elos, 5).
SCHLEGEL, Friedrich. Fragmento [116] do Athenaeum (1798). In: SCHLEGEL, Friedrich. O dialeto dos fragmentos. Tradução, apresentação e notas de Márcio Suzuki. São Paulo, Iluminuras, 1997, pp. 64-65.
HOBSBAWM, Eric. “As artes”. In: _____ A era das revoluções: Europa 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, pp. 352-382.

2. Os inícios do romantismo no Brasil: definições de temas e gêneros
CANDIDO, Antonio. O romantismo no Brasil, op. cit. [livro todo]
DENIS, Ferdinand. “Considerações gerais sobre o caráter que a poesia deve assumir no Novo Mundo.” In: Resumo da história literária do Brasil. Extraído de CÉSAR, Guilhermino (org.). Historiadores e críticos do Romantismo – A contribuição européia: crítica e história literária, op. cit., pp. 27-41.
“Ao leitor”, apresentação da Niterói – Revista brasiliense, 1836, e “Ensaio sobre a história da literatura do Brasil”. Edição fac-similar publicada pela Academia Paulista de Letras, 1978.
MAGALHÃES, Domingos José Gonçalves de. “Lede”, prefácio a Suspiros Poéticos e Saudades. 3a. ed. Rio de Janeiro: Livraria de B.L. Garnier, 1865. In: Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: Edições LEP, 1949.
Canções do exílio de Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, Oswald de Andrade e Drummond [folha avulsa]
SÜSSEKIND, Flora. “Brito Broca e o tema da volta à casa no Romantismo”. In: ______ Papéis colados, op. cit., pp.101-124.
MERQUIOR, J. G. “O poema do lá”. In: _________ Razão do poema. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965, pp. 41-50.

3. A prosa romântica: o romance e o projeto literário de Alencar
“Como e por que sou romancista” e “Bênção paterna”, de José de Alencar.
CANDIDO, A. “Um instrumento de descoberta e interpretação”. In: Formação da literatura brasileira, op. cit., pp. 109-118.
SCHWARZ, Roberto. “A importação do romance e suas contradições em Alencar”. In: _____ Ao vencedor as batatas – forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro, op. cit., pp. 33-79.
ALENCAR, Heron. “José de Alencar e a ficção romântica”. In: COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. vol 3, Era romântica, op. cit., pp. 231-322.

4. Nacionalismo e indianismo
Iracema, de José de Alencar; seleção de poemas de Gonçalves Dias [folha avulsa].
ASSIS, Machado. “José de Alencar: Iracema”. In: __________. Obra completa, em três volumes. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1997, vol. 3, pp. 848-852.
BOSI, Alfredo. “Um mito sacrificial: o indianismo de Alencar”. In: ______ Dialética da colonização, op. cit., pp. 176-193.
MONTENEGRO, BRAGA. “Iracema – um século”. Prefácio à edição comemorativa do centenário. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1965.
PROENÇA, M. Cavalcanti. “Iracema” e “Transforma-se o amador na cousa amada”. In: ____________ Estudos literários. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
TREECE, David. Exilados, aliados, rebeldes, op. cit.

5. Romantismo e escravidão
“Simeão o crioulo”, de Joaquim Manuel de Macedo; “Uma história de quilombolas”, de Bernardo Guimarães; “Bandido negro”, de Castro Alves.
ALENCASTRO, Luis Felipe de. “Vida privada e ordem privada no Império”. In: História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, pp. 12-93.
LOPES, Hélio. “Um romance-libelo”. In: _________ Letras de Minas e outros ensaios, op. cit., pp. 201-208.
MACEDO, Joaquim Manuel de. As vítimas-algozes – quadros da escravidão. São Paulo: Scipione; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1991.
NAVES, Rodrigo. “Debret, o neoclassicismo e a escravidão”. In: A forma difícil. São Paulo: Ática, 1996.
SÜSSEKIND, Flora. “As vítimas-algozes e o imaginário do medo”. In: MACEDO, Joaquim Manuel de. As vítimas-algozes – quadros da escravidão, op. cit., pp. XXI-XXXVIII.

6. Romantismo e regionalismo
Inocência, de Taunay.
BOSI, Alfredo. “Sertanistas. Bernardo Guimarães, Taunay, Távora”. In: _______ História concisa da literatura brasileira. 3a. ed. São Paulo: Cultrix, 1982, pp. 155-163.
PEREIRA, Lúcia Miguel. “Três romances regionalistas: Franklin Távora, Taunay e Domingos Olímpio”. In: HOLLANDA, Aurélio Buarque de (coord.) O romance brasileiro (De 1752 a 1930). Op. cit. p. 103-114.

7. Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
ALMEIDA, Manoel Antonio. Memórias de um sargento de milícias. Edição crítica de Cecília de Lara. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1978.
CANDIDO, Antonio. “Dialética da malandragem (Caracterização das Memórias de um sargento de Milícias)”. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 8, USP, 1970, pp. 67-89.